22 de jul. de 2007
Mais ou menos nos últimos dez dias – e a proximidade do VMB talvez explique – quatro bandas dessas nossas apresentaram clipes novos. Numa época de alugar umas esteiras, apertar rec e ser catapultado para a fama internacional, esses novos lançamentos apostam quase todos numa estética menos... “cinematográfica”. O Rock Rocket fez um clipe ao vivo e multifocal pra “Cerveja Barata”. O diretor Paulinho Caruso, indicado ao VMB de melhor direção no ano passado, resolveu trabalhar com inserções de animação toscas para o novo Los Pirata e uma estética VHS pornô para o Banzé (com o vocalista usando uma barba que não estava lá no último vídeo e cantando “cala essa boca e chupa!”... humm). Ah, claro, o quarto clipe de que a gente está falando é o da Pública . Se você conhece a banda, deve ter percebido que a Pública não tem muito a ver com os punks do primeiro parágrafo. Sem surpresa, o novo clipe, para a favorita “Long Plays” também não tem muito a ver com o resto. A banda lançou seu primeiro disco no final de 2006 e a melancolia, o esmero melódico e harmônico e as referências ao fim da década de 60 + começo dos ’80 de “Polaris” ganharam a cena indie. Pois a melancolia, o esmero e a nostalgia estão presentes no videoclipe. Neste sábado, conversamos via messenger sobre “Long Plays”. De Porto Alegre, o vocalista-guitarrista-compositor Pedro Metz e o baixista Guilherme Almeida falaram sobre a concepção e a produção desse que já é o terceiro videoclipe da banda. No palco, os dois exibem temperamentos bastante diferentes, Pedro concentrado ao microfone no pedestal e Guilherme correndo de um lado para o outro. Na entrevista... bom, é Guilherme quem fala sobre os planos ainda bastante abstratos de um novo clipe antes do próximo disco; é Pedro quem confirma as datas da filmagem (13, 23 de 30 de junho, com “uns 10 dias de pré-prudução e 4 de edição”). “Pensamos o seguinte: ‘Polaris’ vai ser o primeiro clipe porque representa mais a sonoridade da banda, pelo menos do disco. Com o clipe de 'Polaris' e o disco atingimos um primeiro objetivo: ser conhecido na cena nacional. A escolha de ‘Long Plays’ como segundo clipe era bastante óbvia: é um hit indiscutível”, diz Pedro sobre a escolha da música. E daí foi só bolar o conceito, já que a banda assina o roteiro do vídeo (e co-dirige também).
Como faz? Pedro conta, rindo, que queria fugir da óbvia cena de uma briga de casal e que tinha um interesse estético pela coisa dos mendigos e papeleiros. E tinha um último toque: “por último resolvemos que o cara da loja de discos ia devolver o nosso, o que considero um dos pontos altos do clipe”, ele explica. Para a filmagem, que conta com atuações de roqueiros camaradas gaúchos (Malásia do Ultramen é o protagonista, Calinhos Carneiro do Bidê ou Balde é o vendedor da loja de discos) “fomos apresentados para uns caras que estão começando, Capitão Araújo é o nome da produtora, e eles toparam produzir com a gente. O resto da equipe ou são amigos deles ou nossos”, Pedro explica. E, hã... o dinheiro? “A gente não tem muita grana. hehehehehe. É tudo no amor mesmo”, Guilherme dispara. Nenhum dos dois revela o orçamento, mas Pedro especula que, se a banda tivesse pagado por tudo, daria uns 10 mil reais. Mas o clipe não tem aquele visual “baixo orçamento”, né? “O lance é ter bom senso e bom gosto. Usar uma câmera que se aproxime ao máximo da película (é HD)”, elabora Guilherme. “A locação também é fundamental. Sempre temos um cuidado enorme com a direção de arte. Para onde tu apontar a câmera vai ficar bonito. heheheheheheh.”, conclui. E, pelo que parece, os clipes da Pública não têm mesmo vocação para geração-youtube-vídeo-de-celular. Pedro: “Estamos começando a explorar uma veia cinematográfica, transformar os clipes em curtas, contar histórias...” Fazendo o Johnny Cash. Guilherme e o guitarrista Guri, que também participou da conversa, via Guilherme! Foto tirada agora na casa do rapaz, de onde ele teclou a entrevista. O bom e velho vinilSe a melancolia de que falamos está na própria música e o esmero na produção, rola uma nostalgia na casa do protagonista, todos aqueles objetos velhos, como lembranças das quais não dá para se desfazer e, claro, na campanha “Salvem os LPs”, que aparece no final do clipe. Pedro: “É uma campanha pró-discos, pra que a internet não acabe com o conceito de obra. Vinil é muito legal, tem uma geração inteira que cresceu com eles. Acho que a volta ou a permanência dele é resultado deste apego que as pessoas tem de suas lembranças de infância. Essa atmosfera está muito presente na banda e sempre que possível trazemos à tona. Fora a questão do som que o vinil tem.” Pelo que parece, os fãs da banda vão aderir à campanha e já aparecem uns pedidos por “Polaris” em vinil. Mas essa edição não existe, por enquanto é só cenográfica. “Pressão no selo”, eles ordenam. Vai lá! _Este blog vem através dessas mal-traçadas linhas manifestar seu apoio à candidatura do videoclipe de nome LONG PLAYS do conjunto musical PÚBLICA a uma indicação na premiação da emissora de televisão Music Television Brasil (MTV) de nome Vídeo Music Brasil (VMB). _E daí, no fim da entrevista, o Pedro me disse que tem show em São Paulo dias 06 e 07 de setembro (Funhouse e Belfiore). Dá tempo de juntar dinheiro e comprar a jaqueta, né? Pede pra eles tocarem “Luzes” no fim. E pra tocarem “a música do Amaro”. _Vanguart! E o Vanguart tem show em São Paulo no dia 10 de agosto. O SHOW DE LANÇAMENTO DO DISCO! Aquele sobre o qual eu venho falando com o Helio há dois anos. Enfim... Helio disse que vai ser no Inferno. E hoje tem Vanguart no programa Trama Virtual, às 18h, no Multishow. Os rapazes tocam ao vivo, dão entrevista e o Helio usa uma camiseta justa (do Cortázar, ele acabou de me dizer). Se eu entendi direito, rolam “Cachaça” e “Semáforo”. Mais info sobre o disco “Vanguart”? Vai no Finas. Mais info sobre o Tramavirtual? Vai no F. (a Trama está fora do ar... DE NOVO) _Ih, rapaz... um tempo atrás, eu fiz um post sobre Pública + Vanguart. Vai lá! Marcadores: entrevista, para o aa, pública, vídeo
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