23 de abr. de 2007

Enviado a Senhor F, 21 de março.

Fora do Eixo, dia 3: Rockassetes e Revoltz no Dynamite

*Pedro Acosta

Terceiro dia de Festival Fora do Eixo, terceira região de São Paulo a ser explorada. Desta vez, foi a Vila Madalena (Zona Oeste): mais agitada que a Barra Funda da Casa Belfiori, menos ousada que a Rua Augusta do Inferno. Na noite de quarta-feira, o Dynamite Pub abriu excepcionalmente suas portas para receber Mandrake (SP), Rockassetes (SE) e Revoltz (MT). A casa tem um bar no andar térreo e, acima, uma pista e uma varanda.

Os shows aconteceram na parte superior do sobrado, numa pista consideravelmente menor que as anteriores. A escolha do escuro bar foi ideal para uma noite sem bandas com público paulistano consolidado.

Rockassetes

“O Playcenter!” Respondendo assim a pergunta sobre qual a maior vantagem de a banda morar em São Paulo (e, logo depois, se explicando), os Rockassetes revelam-se, num tempo, lúdicos e irônicos. O mesmo acontece em seu show.

O grupo sobe ao palco por volta de 0:10 e dá início ao baile. O baixo bem marcado e dançante, o não uso de intervalo entre canções e até a ausência de clareza no som dos microfones levam a um bailinho dos anos 60. A luz refletida em mil pontos pelo globo de espelhos colabora com a impressão. Mas as paredes pretas do Dynamite Pub discordam.

E a própria banda, também. No início, o show tem letras como “eu deveria te esquecer e não falar mais com você”, canção sobre paixão por uma garota do prédio e menção de “You’re Going To Lose That Girl” (Beatles). Mais para o fim, aparecem tons um pouco mais sombrios, à moda dos anos 90, e até um flerte com o blues.

Revoltz

Com suas inúmeras referências a entorpecentes, as letras da Revoltz são cheias de submundo. Assim, o som do grupo encontra casa num ambiente menor e mais escuro como o do Dynamite Pub. A proximidade com o público parece encher de anfetaminas as canções do grupo, já aceleradas para o show.

Enquanto o vocalista e baixista Ricardo, agasalho Adidas e olhos pintados, canta posando para fotos, a tecladista Marcela requebra-se ao seu teclado de som quase infantil. “Os técnicos geralmente vêm ligar meu teclado e quase perguntam cadê o de verdade”, ela ri.

Mas o timbre do instrumento marca o som da Revoltz, de refrãos fáceis, baixo pulsante e sotaque new wave. E estando a new wave na ordem do dia, Ricardo promete, com seu sotaque gaúcho, que seu próximo disco será “eletro, elétrico e moderno”. O nome do álbum é “Beijo No Escuro” e seu lançamento é prometido para abril.

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