27 de fev. de 2008

Escrito para a assessoria do Grito Rock em 05/02 e publicado no mesmo dia, no Espaço Cubo Digital. Também divulgado via email.



Macaco Bong no GR Cuiabá 08

Grito Rock, dia 3
Macaco Bong recebe outras nove bandas em sua “casa”

Fotos: Renato Reis

Neste domingo de Carnaval, o Grito Rock Cuiabá chegou ao seu terceiro dia. Mais dez bandas subiram ao palco do Clube Feminino, na região central da cidade, para uma platéia de 400 pessoas. Entre os destaques da noite, duas atrações nortistas. Vindo do Acre, e com três meninas na formação (mais um rapaz), o Blush Azul causou boa impressão com seu indie rock. Mais surpresa despertou um grupo vindo de Roraima, estado que ainda inicia sua participação no Circuito Fora Do Eixo. Mas, a julgar pelo que foi visto no Grito, Roraima já tem pelo menos uma boa banda de hard rock: a Mr. Jungle.

Banda da casa - Mas certamente o destaque da noite foi o Macaco Bong. Não raro a banda se destaca nos festivais de que participa por todo o país, graças a seu som instrumental cheio de climas e sem firulas. Mas, neste Grito Rock, mais do que uma ótima banda na programação, o Macaco Bong é dono da casa. E isso é mais do que uma expressão: Ynaiã, o baterista, contou em entrevista que tem dormido no Clube Feminino. Ele é responsável por cuidar dos bares durante o evento. Já o guitarrista Kayapy é responsável pelo som do palco; o baixista Ney integra a equipe de comunicação.


Mário Olímpio (esq.) no palco do Macaco Bong

Poder público - Colaborador improvável do Macaco Bong foi o secretário municipal de Cultura, Mário Olímpio. Depois de insistência de Kayapy, ele subiu ao palco para dançar um dos temas. Dancinhas à parte, Mário elogiou o Grito Rock em entrevista: “está sério, responsável e honesto”, avaliou o secretário. Ele destacou ainda que não há diferença entre o festival e outros eventos incluídos no calendário oficial do Carnaval cuiabano: “a diferença é só que na periferia é o pagode e aqui é o rock”, ponderou. Por fim, qual a importância do rock independente para a cultura cuiabana? “Eu não compro essa história de ‘independente’”, ele rebate. “Mas o pessoal é curioso e experimental e é por isso que o poder público apóia”.

Atitude - Um dos experimentos do Grito Rock neste ano são as performances da Confraria dos Atores em alguns intervalos entre shows. São leituras dramatizadas de textos do escritor mineiro Rubem Fonseca. E por que Rubem? Segundo o grupo, o escritor (apontado como referência para muitos jovens escritores) é “cru” e “tem atitude”. Seu trabalho tem “violência, sexo, e fala sobre o cotidiano, como o rock”. Mesmo assim, a missão da Confraria, conquistar a atenção dispersa do público que espera o próximo show, é bastante difícil. “A gente sabe que a platéia veio aqui pra ver o show”, eles ponderam, “mas a gente sabe que tem alguém lá no meio prestando atenção”, completam. A participação da Confraria dos Atores no Grito é uma parceria com a Coccar, uma cooperativa local de comunicação, cultura e arte.

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